segunda-feira, 4 de maio de 2009


Desde nova, eu sou velha. Ou sou anormal, não vejo graça em coisas que o todo o resto do mundo vê. E eu considero ignóbeis, todos, um por um. Talvez os meus professores da quarta série estavam certos em dizer nas reuniões de escola que eu era uma pessoa arrogante. Arrogância ou ignorância? - Eu ignoro com a minha arrogância e desdém.
Vejo festejarem a vitória sobre um rival, buzinando e cantando os vencedores pela rua, músicas carnavalescas com palavras em horríveis sintonias e rimas. Horríveis cantarolas. E o que dizer dos blocos, grupos, versos dignos de manicômio, as músicas indigestas e, enfim, o Carnaval. Os homens são jograis, e as mulheres, bacantes.
Em festas, se atordoam e se embriagam não só com o álcool, com a lascívia das danças novas que o esnobismo foi buscar no arsenal de um cérebro demente.
- Ou sou arrogante com a minha ignorância?

Um comentário:

Vinícius Paes disse...

'e de olhos abertos ele via, tudo aquilo se movimentando em passos cinzas. parecia-lhe tão feio'

belo texto. eu admiro seu ponto de vista crítico sobre as coisas... você vê além do muro.

beijo.