domingo, 30 de novembro de 2008

o pra sempre, sempre acaba.

Casal bonito, eles combinavam. Dizem que quando o namoro é duradouro, tais sujeitos parecem irmãos. Ela dizia que até o relóginho dos seus estômagos eram iguais, despertavam na mesma hora. Gostavam da mesma comida, daquela maionese caseira, do pão com ovo, mas ela arrotava melhor, ela sempre ganhava. Embora não gostasse do jeito dele de sempre contar histórias de terceiras pessoas, ele era a pessoa mais inteligente que já conhecera ou ficara. E ele não gostava do seu jeito de gostar de meninas, mas aceitava. Se viam apenas nos finais de semana. Sabem, namorar a distância não é nada legal. Durante a semana, quando um não sabia onde o outro estava, ou o que fazia, ficavam nervosos e brigavam, mas era só por Internet, esse mundo moderno não fazia bem ao relacionamento. Nos finais de semana, eram felizes, se divertiam, assistiam filmes (embora ela não gostasse tanto) e jogavam cs, mas ela era melhor que ele. No meio da semana era tão grande a falta de um beijo de Boa noite, sentir o calor do outro, saber que ao acordar, o outro estaria ali, do seu lado. Mas só foi assim durante uma boa parte do namoro. Começaram a brigar por mínimos detalhes. Gato ou cachorro? FIGHT! A ignorância se fez maior, a paciência se foi e o amor se desgastou. Ela sempre dizia que não agüentava mais, que gostaria de parar de chorar, e ele sempre crente de que ela nunca largaria dele, então não se importava. Até que um dia, resolveu dar um tempo, pra ele acordar, mas ao contrário do que ela pensava, ao invéz dele correr atrás do prejuízo, ele pensou em outra, quis sair com outra, quis trepar com outra. Ele se arrependeu, mas já era tarde, ela descobrira. Terminaram, choraram, sofreram. Ele disse que mudaria, que se voltassem, muita coisa iria mudar, que seria como no começo, não haveria mais ignorância. E quando ela começou acreditar, quando já havia perdoado tudo, e gostaria de tentar de novo, a casa caiu mais uma vez. Ele já começara a gostar de outra, um amor mal sucedido do colégio. Já saíra com ela, já dizia que investiria nela, todas essas coisas que todos os homens dizem. Mas e agora garoto? Não há moral no fim dessa história. Ela que perdoaria, não pode perdoar a falta de amor, isso não. Não pode perdoar as promessas que ele disse, todas aquelas histórias de que iria esperá-la e que era a mulher da vida dele, todas jogadas ao vento. E no fim, ele que não a queria mais, com todas aquelas historinhas de que não gostaria de vê-la sofrer. Mas se é amor, por que questionar a si próprio? Se é amor, eles superariam juntos. Se foi amor, por que dizer que não eram felizes juntos? Se é amor, por que pedir opinião alheia? Se é amor, há perdão. Se não é amor, há conformismo.