segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

mocidade

Fazem de conta que tudo é lindo. A sociedade é para os tolos. A opinião alheia não é válida. O rosa é para todos, como o azul também. Homofobia é crime, e o que os outros pensam não conta. Usar roupa diferente, é ter estilo. Idolatrar uma banda lixo, é garantia de um grupo de amigos, todos iguais. Franja na testa, é ser diferente. Piercing e tatuagem, é rebeldia. Chegar tarde em casa, é ser descolado. Beber e vomitar, apenas para contar pros amigos no outro dia. Beijar vinte e três numa noite, é ser gostoso, ou biscate. Tudo é fácil e nada importa nessa fase. Quem dera ter acordado mais cedo para a vida.

domingo, 14 de dezembro de 2008

melt your heart

When you're kissing someone who doesn't like you, it's like kissing on the mirror.
When you're sleeping with someone who doesn't get you, you're going to hate yourself in the morning.
It's bound to melt your heart, one way or another.
It's bound to melt your heart, for good or for bad.
Are we killing time?
Are we killing each other?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

rumo


Eu prometo um rumo. Desejo tanto que prometo, para mim e aos quatro cantos do mundo, jogo as palavras ao vento e prometo mais uma vez, um rumo. Aliás, já somos como estranhos, você não merece a minha palavra e a minha satisfação, e eu não mereço a tua. Então por que te ter ali, ver seus rastros e me torturar todos os dias? Agora é definitivamente, é mais que do que a palavra SEMPRE pode significar.


what are you changing?
who do you think you're changing?
you can't change things.
we're all stuck in our ways.
It's like trying to clean the ocean.
what do you think, you can drain it?
well, it was poison and dry
long before you came.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

leaving on a jet plane

so kiss me and smile for me
tell me that you'll wait for me
hold me like you'll never let me go
'cause I'm leaving on a jet plane
don't know when I'll be back again
oh babe, I hate to go.

amor.



não facilite com a palavra amor.
não a jogue no espaço, bolha de sabão.
não se inebrie com o seu engalanado som.
não a empregue sem razão acima de toda a razão.
não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem remissão
de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
não a pronuncie.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

desejo;


fruto do mato
cheiro de jardim
namoro no portão
domingo sem chuva
segunda sem mau humor
sábado com meu amor
chope com amigos
filme antigo na TV
ter uma pessoa especial
e que ela goste de mim
música dos Chicos
Chico Science
Chico Buarque
ouvir uma palavra amável
ter uma surpresa agradável
não ter que ouvir a palavra não
nem nunca, nem jamais e adeus.
rir como criança
ouvir canto de passarinho
sarar de resfriado
formar um par ideal
tomar banho de cachoeira
pegar um bronzeado legal
uma festa
um violão
uma seresta
ter um ombro sempre amigo
bater palmas de alegria
uma tarde amena
calçar um velho chinelo
sentar numa velha poltrona
tocar violão para alguém
ouvir a chuva no telhado
vinho branco
bolero de Ravel
e muito carinho seu.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


Me deixou na porta e engoliu a chave.
Mas e agora moçoilo?
Não consigo trancar, apenas fechar.
Assim qualquer entra,
ninguém bate, ninguém chama.
Vão entrando assim,
numa espécie de república,
sem móveis, sem sofá,
apenas camas,
camas pra descansar,
descansar o coração.
Um coração sem mobília,
muda-te pra cá,
vamos brincar de decoradoes,
vamos pintar no teto, um arco-íris,
mas com todas as cores do universo,
desde a mais fria,
até a mais quente.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Você pode dizer que sou covarde, que eu direi:
- Não tanto quanto você.

domingo, 30 de novembro de 2008

o pra sempre, sempre acaba.

Casal bonito, eles combinavam. Dizem que quando o namoro é duradouro, tais sujeitos parecem irmãos. Ela dizia que até o relóginho dos seus estômagos eram iguais, despertavam na mesma hora. Gostavam da mesma comida, daquela maionese caseira, do pão com ovo, mas ela arrotava melhor, ela sempre ganhava. Embora não gostasse do jeito dele de sempre contar histórias de terceiras pessoas, ele era a pessoa mais inteligente que já conhecera ou ficara. E ele não gostava do seu jeito de gostar de meninas, mas aceitava. Se viam apenas nos finais de semana. Sabem, namorar a distância não é nada legal. Durante a semana, quando um não sabia onde o outro estava, ou o que fazia, ficavam nervosos e brigavam, mas era só por Internet, esse mundo moderno não fazia bem ao relacionamento. Nos finais de semana, eram felizes, se divertiam, assistiam filmes (embora ela não gostasse tanto) e jogavam cs, mas ela era melhor que ele. No meio da semana era tão grande a falta de um beijo de Boa noite, sentir o calor do outro, saber que ao acordar, o outro estaria ali, do seu lado. Mas só foi assim durante uma boa parte do namoro. Começaram a brigar por mínimos detalhes. Gato ou cachorro? FIGHT! A ignorância se fez maior, a paciência se foi e o amor se desgastou. Ela sempre dizia que não agüentava mais, que gostaria de parar de chorar, e ele sempre crente de que ela nunca largaria dele, então não se importava. Até que um dia, resolveu dar um tempo, pra ele acordar, mas ao contrário do que ela pensava, ao invéz dele correr atrás do prejuízo, ele pensou em outra, quis sair com outra, quis trepar com outra. Ele se arrependeu, mas já era tarde, ela descobrira. Terminaram, choraram, sofreram. Ele disse que mudaria, que se voltassem, muita coisa iria mudar, que seria como no começo, não haveria mais ignorância. E quando ela começou acreditar, quando já havia perdoado tudo, e gostaria de tentar de novo, a casa caiu mais uma vez. Ele já começara a gostar de outra, um amor mal sucedido do colégio. Já saíra com ela, já dizia que investiria nela, todas essas coisas que todos os homens dizem. Mas e agora garoto? Não há moral no fim dessa história. Ela que perdoaria, não pode perdoar a falta de amor, isso não. Não pode perdoar as promessas que ele disse, todas aquelas histórias de que iria esperá-la e que era a mulher da vida dele, todas jogadas ao vento. E no fim, ele que não a queria mais, com todas aquelas historinhas de que não gostaria de vê-la sofrer. Mas se é amor, por que questionar a si próprio? Se é amor, eles superariam juntos. Se foi amor, por que dizer que não eram felizes juntos? Se é amor, por que pedir opinião alheia? Se é amor, há perdão. Se não é amor, há conformismo.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Uma interrogação no mundo.


Já tentei de tudo. Não me restam mais. Apelei para os livros, e para a religião. Apelei para a música, e com o cinema. Apelei no lado heterossexual e bissexual. Apelei no certo, e no errado. Apelei no amor, e na dor. Agora, só sou uma interrogação no mundo. Uma interrogação sem resposta. Aqui, O ÂMAGO DE UMA RESPOSTA faz falta. Como diria Clarice; "Escrevo porque sou uma desesperada e estou cansada, não suporto mais a rotina de me ser, e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.". Foge-me da cabeça enquanto procuro a palavra certa. A cada dia esqueço o que sou, e porque sou, sem significado, sem resposta. Sempre uma interrogação no mundo.