segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Meu cenário

O meu dia precisa de cores, menos calor, menos sol. Um dia nublado e cinzento, eu subo nas árvores e pinto as nuvens de azul. Desenho uma bola amarela à direita e com um pouquinho de tinta vermelha faço um sorriso na cara amarelada do sol. Coloco a mão no bolso, e com um sopro as notas amassadas viram pássaros que voam cantando entre o trânsito, abafando o som das buzinas. Atrás de um prédio, eu puxo uma corda que faz cair as cortinas do dia e chega logo a noite, com a lua por entre as nuvens. Bailando e rodando em cima do asfalto, o canto faz nascer flores e plantas por entre os rachos e buracos dos cimentos e pedras. As nuves rodopiam no ritmo dos meus passos, e logo voam para se refletir no mar. Com a ponta do dedo molhado em tinta prata, faço milhares de estrelas brilhando no céu. No meu vestido branco florido, estendo uma toalha xadrez por entre as flores, sento e coloco as mãos atrás da cabeça, como apoio para a cabeça ao deitar. Espero meu amor chegar. Bebemos sucos de laranja e bolo de cenoura com cobertura de chocolate, e eu acordo com o barulho de tiros na rua de trás depois de um sonho lindo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

cotidiano;

Mas e quanto ao mundo propriamente dito? Você acha que ele é possível? O mundo também fica pairando livremente no espaço. O triste de tudo isto é que, à medida que crescemos, nos acostumamos não apenas com a lei da gravidade. Acostumamo-nos, ao mesmo tempo, com o mundo em si.
Ao que tudo indica, ao longo da nossa vida nós perdemos a capacidade de nos admirarmos com as coisas do mundo. Mas com isto perdemos uma coisa essencial, pois em algum lugar dentro de nós, alguma coisa nos diz que a vida é um grande enigma. E já experimentamos isto, muito antes de aprendermos a pensar. A maioria do que nos rodeia é tão absorvido pelo cotidiano que a admiração pela vida acaba sendo completamente reprimida.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009