quinta-feira, 30 de abril de 2009

infame


É da natureza humana o não agir sem um estímulo exterior; nossa vida mental não passa de sugestão de célula a célula e nossa vida social uma contínua sugestão de pessoa a pessoa. Dizer mal e gostar de ouvir falar mal de alguém é um velho cacoete da alma humana. Talvez seja a música mais harmônica que existe, porque convibra bem com qualquer espírito.
Há em toda a criatura humana um misto estranho de bondade e de maldade, de infâmia e de perversidade. As proporções dessa mistura é que variam ao infinito. Desde o tipo bom, completo, que sufoca perfeitamente o que há de mal dentro de si mesmo, porque a lucidez e a largueza de sua consciência lhe permitem reconhecer e dominar a própria tendência perversa, até o malvado arrematado, cuja consciência estreita e sensibilidade moral desgatada não permitem reconhecer o mal que vive dentro dele. E dizia um amigo meu; lo más grave y lo más triste es ver que cuanto mal son capaces los buenos. Esta revelación no es obra de ningún principio, de ninguna idea; es consecuencia del combate, que depierta malos instintos dormidos y pone en el caso y hasta en la necessidad a veces de satisfazerlos.
Em suma, a felicidade de qualquer é desespero para muitos.

2 comentários:

Vinícius Paes disse...

estava sentindo falta da sua genialidade. Belo texto, um chute na boca do estomago das almas perdidas.

beijo.

Cássio Pacheco ( Bu7cHeR ) disse...

Guria ...
Eu já te admirava,
agora sou teu fã de carteirinha ...

Teus textos são perfeitos, acredito que fazem a todos parar por um momento e refletir.

Linda, joga CS (!?), escritora, e sabe-se lá que outras surpresas essa garota guarda ... Inê é mais complexa do que eu pensava, uma
combinação de atributos ímpar ...

Beijo guria, estarei acompanhando teu blog ;D