terça-feira, 3 de março de 2009

neurastenia

Não percebes que não me é dado oferecer batalha: que sou como um exército que tem sempre um flanco aberto ao inimigo? A derrota é fatal. Se ainda houvesse me curvado ao estatuído, podia...Agora...não posso mais. No entanto tenho que ir na vida pela senda estreita da prudência e da humildade, não me afastarei dela uma linha, porque à direita há os espeques dos imbecis, e à esquerda, a mó da sabedoria mandarinata ameaça triturar-me. Tenho que avançar como uma acrobata no arame. Inclino-me daqui, inclino-me dali; e em torno recebo a carícia do ilimitado, do vago, do imenso...Se a corda estremece acovardo-me logo, o ponto de mira me surge recordado pelo berreiro que vem debaixo, em redor dos gritos; neurastênica.

Um comentário:

Vinícius Paes disse...

Ahá... escrever de certa forma acalma, beber muitas vezes acalma, chorar muitas vezes acalma. o problema é se afogar na loucura e descobrir que não sabe nadar. neurastênica, subconcientemente histérica, vontade frenética de se afogar."

Belo texto, belo blog. esse é um dos que mais gostei. escreva mais, enquanto fora de seu juízo grita com o espelho... Bom trabalho.