sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ninguém é de ninguém


Não há e nunca houve respeito. Não há e nunca houve a forma certa de amar, de ter afeto ou carinho. O problema é que nos acostumamos uns com os outros, e isso nos acomoda de uma forma tão grande, que passamos a mudar os planos de nossas vidas para viver ao lado de uma pessoa que você acha que conhece muito bem, e crê profundamente que é a pessoa perfeita e que não vai existir ninguém no mundo igual a ela. Engano nosso. Sempre vai existir alguém melhor, sempre. E essa pessoa, algum dia vai te decepcionar. Sortudos são aqueles que conseguem perdoar, mas perdoar não é esquecer. E quem sofre mais, é quem perdoa, porque nunca esquece. Sempre haverá um pensamento errado, um olhar vulgar ou uma traição na volta do trabalho. Infelizmente, isso é normal nos dias de hoje. O que eu queria era aquele amor ultrapassado, que durou quarenta anos no matrimônio, que fez serenatas quando era jovem e mandou cartas de amor que guardaram numa caixinha junto às flores secas enviadas e os brincos ganhados. É uma pena que as pessoas não façam mais belas músicas em nome do amor, num ritmo bossa nova cantando como é a vida sem ela. Por que as pessoas precisam de mais, se elas já tem tudo o que querem dentro de suas próprias casas? Para quê se aventurar e correr o risco de perder tudo o que construiu em anos, só por causa da majestosa curiosidade e do glorioso prazer? E para aquelas mulheres que se dão para homens compromissados e com família, a minha lástima. Acharam a buceta no lixo, com certeza.
Pior são aqueles que acreditam quando dizem "eu te amo", e realmente acham que existe amor, enquanto no pensamento só há "sexo, sexo e sexo".
Enfim, não há forma melhor de aceitar que ninguém é de ninguém. Você vai escolher a pessoa com quem quer passar o resto da sua vida juntos, vai trair, vai ser traído, vai perdoar e vai ser perdoado. Nessa história, a única coisa que podemos fazer, é torcer para não pegar aids.

2 comentários:

Camila Alcoléa disse...

Concordo com tudo.
E como você escreve bem. Juro, não pare nuncaaaa :)
Me identifiquei e muuito.

Um beijo linda.

Vinícius Paes disse...

Ah, eu gosto mesmo do seu modo de escrita, do seu ponto de vista crítico (mesmo quando equívocado, por conta das emoções perturbadas, distúrbios-sem limites até certo ponto se torna ceticismo e ceticismo não é esclarecimento, é a falta dele).
Enfim, mais um texto forte.

Beijo.